Review: Autosarcophagy - Dolor (2022)

Lançamentos e mais lançamentos chegando e as surpresas nunca param. Uma porrada de bandas novas com uma porrada de sons interessantes. Confesso que as vezes julgo bem mal alguns álbuns na primeira escutada, e isso foi exatamente o que aconteceu quando ouvi o álbum alvo da nossa resenha de hoje.

A banda de Death Metal Autosarcophagy vem diretamente do Oregon nos Estados Unidos sendo fundada em 2017, e até 2020 a banda atendia pelo nome de Disciple of Dzoavits. Neste ano de 2022 o duo formado por Jax LaPoint (Vocal, Guitarra e Baixo) e Chase Pozzi (Bateria) lançou finalmente lançou o seu tão trabalhado debut chamado "Dolor".

Autosarcophagy
Chase Pozzi e Jax LaPoint

De início eu não sei nem como explicar onde eu achei o som desses caras, simplesmente fui escutar o som dos caras no Spotify enquanto procurava alguma coisa aleatório pra ouvir.

Aqui temos um Death Metal que fogem bem da estruturação comum, pois temos um trabalho excessivo e cirúrgico em exatamente todas as diferentes passagens em cada música, geralmente o tipo de som que você só vai "captar" na segunda ou terceira vez que você ouvir. Os vocais aqui são os tradicionais guturais cavernosos em alguns momentos alternando para o rasgado seco se arrastando juntamente com o andamento da música que varia bastante entre a cadência média e o mais veloz com guitarras que desenham um ambiente obscuro, assustador, um ambiente de dor como o próprio nome do álbum já entrega gerando aquele ambiente assustador enquanto as letras das músicas ecoam nos ouvidos do ouvinte.

As letras aqui tratam de explorar um gore um tanto quanto abstrato, trazendo a quem lê ou ouve, imagens obscuras e assustadoras ao tentar criar uma ambientação, uma imagem do que está acontecendo.

Inicialmente as mudanças de tempo e andamentos da música ao estilo Metal Progressivo podem desenimar ao que busca um Death Metal puramente agressivo, mas já na terceira música a banda trata de mudar a opinião do ouvinte e o carrega nessa jornada até o fim do álbum com passagens bem marcantes. Vale mencionar que a progressividade da banda se extende bem a técnica nas guitarras e no baixo também, não só aos andamentos, os "desenhos" são muito bem construídos dando aquela cara de Death Metal Atmosférico.

Destaque especial para as músicas "Apotemnophilic Xenomelia", a minha favorita "Dyatlov Pass" que fala sobre o misterioso incidente do Passo Dyatlov onde 9 esquiadores foram encontrados mortos sob circunstâncias bizarras e inexplicáveis, "Therianthropic Rebirth Follows The Carving Of Bloodied Organs" e "My Cadaver Decomposing In The Forests Of Green". 

Apesar dos destaques, recomendo ao ouvintes cravarem em todas as músicas do início ao fim do álbum, com certeza vale a pena sacar esse som.

Nota: 9,0